nossa expedição carrega na bagagem e no coração o sonho de levar muita música, arte e educação ambiental para as comunidades ribeirinhas do pantanal. navegaremos os rios cuiabá e paraguai com espírito aberto - de 19 de junho a 9 de julho de 2006 - para comunicar nossa arte e aprender com toda essa gente.
sexta-feira, junho 30, 2006
sonata sem fim para manoel de barros
ele surgiu assim
numa dessas viagens no rio
entre a névoa e a nuvem
entre o rumor e a bruma
onde a palavra soma
e o pássaro entoa
não trocamos mais do que bons dias
não rezamos juntos as ave-marias
não declaramos sequer uma poesia
que não o encontro
de nossas mãos mornas
e vazias
reconheci em seus olhos
a imagem nítida da paisagem
ele repetia em cada gesto
a precisão do remo na imagem
o sossego e a dispersão
das figuras de linguagem
ele não era senão metáfora de si mesmo
e eu - aprendiz -
de um velho poeta louco
domador da palavra e do sentido
capaz de lesma e gosma
capaz de tudo
não sei desde quando ou até
não sei se
ou senão
tomou me como a um café
de manhãzinha
e mijou-me
ao pé da mangueira
(por ele não me importaria em ser mijo
não me importaria, simplesmente)
naquela paisagem
onde as letras conformam as palavras
rio é mar, é riacho, é córrego e nascente
arrebol é mais que sol poente
naquele momento
em que o tempo pára
e tudo nasce
e envelhece e morre
quando o musgo vira árvore
e o sapo pedra
– é a hora do vamô vê !
e se foi ...
onde já se viu?
voou como um papel ao vento
como um pássaro ao entardecer
(na insignificância do desencontro
munidos de ciscos e restos
a tentação de desinibir as palavras
só para desiliminá-las depois)
numa dessas viagens no rio
entre a névoa e a nuvem
entre o rumor e a bruma
onde a palavra soma
e o pássaro entoa
não trocamos mais do que bons dias
não rezamos juntos as ave-marias
não declaramos sequer uma poesia
que não o encontro
de nossas mãos mornas
e vazias
reconheci em seus olhos
a imagem nítida da paisagem
ele repetia em cada gesto
a precisão do remo na imagem
o sossego e a dispersão
das figuras de linguagem
ele não era senão metáfora de si mesmo
e eu - aprendiz -
de um velho poeta louco
domador da palavra e do sentido
capaz de lesma e gosma
capaz de tudo
não sei desde quando ou até
não sei se
ou senão
tomou me como a um café
de manhãzinha
e mijou-me
ao pé da mangueira
(por ele não me importaria em ser mijo
não me importaria, simplesmente)
naquela paisagem
onde as letras conformam as palavras
rio é mar, é riacho, é córrego e nascente
arrebol é mais que sol poente
naquele momento
em que o tempo pára
e tudo nasce
e envelhece e morre
quando o musgo vira árvore
e o sapo pedra
– é a hora do vamô vê !
e se foi ...
onde já se viu?
voou como um papel ao vento
como um pássaro ao entardecer
(na insignificância do desencontro
munidos de ciscos e restos
a tentação de desinibir as palavras
só para desiliminá-las depois)
quinta-feira, junho 29, 2006
S 16º 03' 57.6'' W 057º 41' 10.6''
chegamos em cáceres ...
arrumar as malas
pegar a van
uma cheia de gente
outra cheia de bagagem
viagem por terra
asfalto
deixamos pra trás
os garimpos
embora os buracos
da estrada
tenham nos acompanhado
por algum tempo
des caminhos
um des caso nacional
provavelmente porque
político anda mesmo
de avião
deixamos pra trás
o rio cuibá
lá em porto cercado
antes mesmo de poconé
que não tem rio
e encontramos
finalmente
o rio paraguai
o jantar foi peixe
muito bem servido
ventrecha de pacu
que é vegetariano
aquelas costelinhas
tudo de bom ...
e o rio ...
chegamos a noite
o show será amanhã
que são pedro nos
abra as portas
para o matão
que vem por aí
.
quarta-feira, junho 28, 2006
fachada
na cidade de poconé existe um horto, uma área de recomposição de um buraco de garimpo desativado, iniciativa louvável, não fosse o fato de que ao lado, bem ao lado mesmo, existe uma mineradora funcionando.
é impressinante a quantidade de terra movimentada, a ferida, o trauma que esse tipo de atividade traz para o nosso planeta.
essa é a porta do pantanal, um buraco em que só há saídas, tudo se retira e nada se devolve, nem se resolve.
o garimpo aqui é centenário e legal, feito corretamente, com a aprovação do poder público, mas para mim não é possível conviver com isso dentro do pantanal, é no mínimo uma imoralidade ...
quando é que as pessoas vão compreender que o verdadeiro ouro está entre o amanhecer e o crepúsculo, entre a lua nova e a cheia, entre o homem e o bicho, e nada mais tem valor.
ouro é arrebol. dinheiro é papel pintado, e não vale nada
o buraco não tem fim minha gente, o poder está concentrados nas mãos de alguns poucos, e mais uma vez é a natureza quem padece.
é impressinante a quantidade de terra movimentada, a ferida, o trauma que esse tipo de atividade traz para o nosso planeta.
essa é a porta do pantanal, um buraco em que só há saídas, tudo se retira e nada se devolve, nem se resolve.
o garimpo aqui é centenário e legal, feito corretamente, com a aprovação do poder público, mas para mim não é possível conviver com isso dentro do pantanal, é no mínimo uma imoralidade ...
quando é que as pessoas vão compreender que o verdadeiro ouro está entre o amanhecer e o crepúsculo, entre a lua nova e a cheia, entre o homem e o bicho, e nada mais tem valor.
ouro é arrebol. dinheiro é papel pintado, e não vale nada
o buraco não tem fim minha gente, o poder está concentrados nas mãos de alguns poucos, e mais uma vez é a natureza quem padece.
terça-feira, junho 27, 2006
quanto lixo por aqui ...
é impressionante que poconé, uma das porta de entrada para o pantanal norte, não tome providencias com relação ao lixo urbano, uma vergonha pra mouros e cristãos. uma vergonha pra cidade, para o estado, para o país.
até quando vamos permitir que o poder político se sobreponha aos reais interesses dos cidadãos?
até quando a falta de educação nacional vai se espalhar pelas ruas, rios e córregos ?
é mais que triste, é um atentado, um lixo, um descaso,
pobre e ricos, cada qual no seu campo de batalha,
quem venceu a cavalhada não sei ...
só sei que a natureza continua perdendo a guerra
LIXO AQUI NÃO É POCO NÉ ... VAMOS MUDAR DE ATITUDE ...
.
água-pets
sobre a situação
o extrativismo
o garimpo
a madeira
tudo tem
que ser
reescrito
a história
é outra
a natureza não se impõe mais
não é mais a nossa inimiga
como nos tempos dos dinossauros
o progresso é progressivo
o tempo é agora
a situação é a seguinte:
ou a humanidade se liga e
redescobre esse planeta ou
vamos continuar vivemdo assim
como na idade média
a natureza está indo embora
nossos rios escoam e ecoam
o futuro é hoje
humanidade
toma um guaraná e
se liga
é hora de deixar
a paisagem em paz,
o brasil precisa
fingir menos
e agir mais
mais rigor
nossos peixes, pássaros,
flores, matos, rios ... mares ...
estão sofrendo
nos próximos 20 anos
muitas espécies estarão extintas
e nós,
humanos
por quanto tempo
ainda
vamos existir
resistir ...
lutar ...
o planeta
nossa casa
merece uma faxina
e você
está disposto
a mudar
o mundo ou
pretende
se mudar
pra lua ...
o garimpo
a madeira
tudo tem
que ser
reescrito
a história
é outra
a natureza não se impõe mais
não é mais a nossa inimiga
como nos tempos dos dinossauros
o progresso é progressivo
o tempo é agora
a situação é a seguinte:
ou a humanidade se liga e
redescobre esse planeta ou
vamos continuar vivemdo assim
como na idade média
a natureza está indo embora
nossos rios escoam e ecoam
o futuro é hoje
humanidade
toma um guaraná e
se liga
é hora de deixar
a paisagem em paz,
o brasil precisa
fingir menos
e agir mais
mais rigor
nossos peixes, pássaros,
flores, matos, rios ... mares ...
estão sofrendo
nos próximos 20 anos
muitas espécies estarão extintas
e nós,
humanos
por quanto tempo
ainda
vamos existir
resistir ...
lutar ...
o planeta
nossa casa
merece uma faxina
e você
está disposto
a mudar
o mundo ou
pretende
se mudar
pra lua ...
monet
segunda-feira, junho 26, 2006
domingo, junho 25, 2006
embarcação
o tempo vem de longe
vem pelo rio
o vento vem descobrindo
tudo que foi
meus olhos enchem de água
vão pelo rio
na dança nossa lembrança
é tão antiga
e ainda criança
vão pelo rio
dando arrepio
que ironia
as águas frias aquecem
nossos dias
vem meu amor
vem pelo rio
vem na canção
a embarcação
vem pelo rio
vem me abraça
pega essa barca
lucin'alzira e.
barão de melgaço
23/06
sábado, junho 24, 2006
valei-me santo antônio
escrever
é ato insano
sobretudo
o ritmo
do fluxo
a intensidade
cidade
derradeira tinta
derrama-se
no céu de
inverno
verão
minha solidão
é enorme
vasto o mundo
raimundo
mínimo
como o tempo
que implode
descrever
é ato insano
a imagem
exposta
a mostra
impõe
nossa tentação
é ato insano
sobretudo
o ritmo
do fluxo
a intensidade
cidade
derradeira tinta
derrama-se
no céu de
inverno
verão
minha solidão
é enorme
vasto o mundo
raimundo
mínimo
como o tempo
que implode
descrever
é ato insano
a imagem
exposta
a mostra
impõe
nossa tentação
sexta-feira, junho 23, 2006
ontem
....viagem
retorno de júpiter
o vento
é brisa
passagem
o espaço
os astros
as estrelas
pessoas que se agrupam
uma garça
três canoas
parece que
nada
nessa vida
é à toa
as imagens
não capturam som
nem cheiro
nem sabor
só luz e cor
palavra que decifra
discorre
demora pra chegar
hora da partida
o capitão diz
não devemos ir
todos para
o mesmo lado
barco de
baixo calado
quem rege
é o jerry
o motor liga
lá vamos nós
retorno de júpiter
o vento
é brisa
passagem
o espaço
os astros
as estrelas
pessoas que se agrupam
uma garça
três canoas
parece que
nada
nessa vida
é à toa
as imagens
não capturam som
nem cheiro
nem sabor
só luz e cor
palavra que decifra
discorre
demora pra chegar
hora da partida
o capitão diz
não devemos ir
todos para
o mesmo lado
barco de
baixo calado
quem rege
é o jerry
o motor liga
lá vamos nós
quinta-feira, junho 22, 2006
haicais
fim de tarde
os pássaros em bando
voltando pra casa
quase noite
um pássaro solitário
no céu
cai a noite
a primeira estrela
é vênus
os pássaros em bando
voltando pra casa
quase noite
um pássaro solitário
no céu
cai a noite
a primeira estrela
é vênus
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